terça-feira, 18 de julho de 2017

A VIRTUDE DA ORDEM

A virtude da ordem

ordem
A virtude da ordem é uma das mais importantes virtudes para a realização do homem, para o desenvolvimento satisfatório de suas aptidões naturais, para sua integração na sociedade e no ambiente de trabalho, para o cumprimento dos seus deveres domésticos, escolares, acadêmicos e profissionais. É essa virtude que lhe permite conhecer-se e superar-se. Mas em que consiste essa virtude capital? Como conquistá-la? 
O homem ordenado é senhor de si, investe no autoconhecimento, no planejamento de sua vida, de seu tempo, de suas atividades, organizando-as segundo critérios sólidos de hierarquia e prioridade. Reconhece a sua vocação, os seus talentos e se aplica a desenvolvê-los ao máximo, renunciando com humildade o que esteja fora do seu alcance, mas sem se privar da magnanimidade de perseguir, de forma realista, grandes ideais. Acima de tudo, preza pela harmonia, pela integração das suas atividades, dispondo-as de modo satisfatório e suficiente, conforme o tempo e a energia que demandam.
Em linhas gerais, delineiam-se cinco campos de atividades a serem ordenadas na vida de cada homem , que correspondem a uma constelação de virtudes relacionadas: a religião (virtude da piedade), a família (virtude do amor e da amizade), o trabalho (virtude da laboriosidade), a sociedade (virtude da solidariedade, colaboração, convivência e amizade) e o descanso, esporte e cultura (virtude da convivência, alegria e inteligência).
Ordenar a vida é priorizar e subordinar essas atividades de modo a entregar-se plenamente a cada uma delas, no seu momento respectivo. Um homem feliz é um homem completo, realizado em todos os aspectos que constituem a natureza humana, o físico, o psíquico e o espiritual. Por isso, o homem que busca a plenitude não negligencia as demandas do seu corpo, como as do sono, alimentação e exercício físico, as solicitações da sua alma, emoções e afetos, e do seu espírito, a atração por Deus, pelo absoluto e pelo sagrado que lhe fornece um sentido global e estável da existência.
O homem ordenado cultiva a sua sociabilidade sem descurar da sua interioridade. Rejeitando o egoísmo, não se fecha em si mesmo, pois sabe que depende da comunidade, da família, dos colegas de trabalho, dos amigos de esporte e cultura. Mas sabe também que precisa de momentos de silêncio, de introspecção e reflexão, para não se massificar na multidão e para entender a sua subjetividade.
A virtude da ordem impede as monomanias e os exclusivismos, como a compulsão ao trabalho ou ao prazer. Da mesma forma, a ordem faz com que o homem esteja inteiro em cada coisa, consciente do dever presente, evitando a evasão temporal da ansiedade, a antecipação exagerada do futuro, e da nostalgia, aprisionamento ao passado. Para tanto, é imprescindível o planejamento sensato do tempo, auxiliado por uma agenda e lista de compromissos. O importante é amadurecer com as experiências e reprogramar sempre que necessário, otimizando e aperfeiçoando cada tarefa, com base no espírito de compromisso e eficiência.
Organizar o tempo nunca é perda de tempo, analisando quais são os projetos a longo prazo e os deveres imediatos para realizá-los, a sequência de atos necessários, a conclusão com excelência de cada compromisso. Podem-se traçar metas diárias, semanais, mensais ou anuais, verificando-se o cumprimento e redimensionando o tempo previsto. A pontualidade demonstra a disciplina do homem ordenado, inclusive a precaução contra imprevistos, ao passo que a concentração o livra de distrações voluntárias, como as da internet e as da imaginação dispersiva.
Da mesma forma, a ordem exterior dos objetos reflete a ordem interior do pensamento. O homem ordenado mantém seus objetos pessoais, domésticos e laborais bem organizados, para não perder tempo os procurando. A ordem do espaço é tão importante quanto ao ordem do tempo.
Sem ordem, o homem se dispersa e se perde numa miríade de distrações inúteis que o impedem de realizar os seus objetivos. A pessoa desordenada tende a ser confusa, volúvel, caprichosa e imprevisível, atrapalhando os que dela dependem e boicotando-se a si mesma, não cumprindo seus prazos, desonrando a sua palavra. Em outros termos, não faz o que quer, tem uma vontade fraca e inconstante, não obedecendo a princípios sólidos formadores de seu caráter.
Por outro lado, sem ordem, a sociedade é injusta e afoga-se no caos da rivalidade dos que querem ocupar o lugar dos outros, dos que desviam a finalidade de suas funções, tergiversam para se beneficiar do que não merecem. Isso é a causa das desavenças e intrigas em geral e do desrespeito das leis morais e jurídicas que regem a vida em sociedade.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

A preguiça

 A primeira lei de Newton diz que um objeto em movimento tende a permanecer em movimento, e um objeto parado tende a permanecer parado. Essa lei também se aplica a pessoas. Enquanto algumas pessoas são naturalmente motivadas para completar projetos, outras pessoas são apatéticas, precisando de motivação para combater até mesmo a inércia! Preguiça, um estilo de vida para alguns, é uma tentação para todos. A Bíblia, no entanto, é clara que, porque o Senhor, que é um Deus que trabalha, foi quem ordenou trabalho para o homem, preguiça é um pecado. “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos, e sê sábio” (Provérbios 6:6). 
O importante é trabalhar de alguma forma, utilizar a vida que Deus nos deu, dando sentido e objetivo(s) à ela. Ao término, cito um conselho de Salomão, quando este, já em idade madura, teria registrado sábios conselhos sobre prosperidade nos negócios e na vida em geral. Salomão disse: “O desejo do preguiçoso o mata, porque suas mãos se recusam a trabalhar” (Ecl. 21, 25).

Este parece ser o elemento que faz da preguiça um dos sete pecados capitais: o desejo, ou melhor, a falta de desejo. O preguiçoso não faz nada com os próprios desejos e isto torna sua vida infrutífera. Para vencer a preguiça é preciso trabalhar, mas para trabalhar é preciso ter desejo e fazer algo útil com ele. O preguiçoso necessita resgatar o desejo dentro de si e “mexer” com ele.

Preguiça é um substantivo feminino com origem no termo em latim pigritia, é uma característica ou atitude que demonstra pouca disposição para o trabalho, ou aversão ao trabalho. Está também relacionada com negligênciaindolência,mandriicedemora ou lentidão em praticar qualquer ação.

A preguiça se revela através da morosidade em cumprir algum trabalho, seja ele físico ou mental.

Uma pessoa que gosta de se levantar tarde ou gosta de ficar na cama pode ser considerada preguiçosa. Em inglês, a palavra preguiça é traduzida como lazinessou sloth, sendo que esta última é também usada para designar o bicho preguiça.

A doutrina Católica apresenta a preguiça como um dos sete pecados capitais, caracterizado pela pessoa que vive em estado de falta de capricho, de esmero, de empenho, em negligência, desleixo, morosidade, lentidão e moleza, de causa orgânica ou psíquica, que a leva à inatividade acentuada. Aversão ao trabalho, frequentemente associada ao ócio, vadiagem. Do latim prigritia

A Bíblia tem muito a dizer sobre a preguiça. O livro de Provérbios é cheio de sabedoria e advertências contra a preguiça. Ele diz que o preguiçoso odeia trabalho: “O desejo do preguiçoso o mata, porque as suas mãos recusam trabalhar” (21:25); ele adora dormir: “Como a porta gira nos seus gonzos, assim o preguiçoso na sua cama” (26:14); ele dá desculpas: “Diz o preguiçoso: Um leão está no caminho; um leão está nas ruas” (26:13); ele desperdiça tempo e energia: “O que é negligente na sua obra é também irmão do desperdiçador” (18:9); ele acredita que é sábio, mas é um tolo: “Mais sábio é o preguiçoso a seus próprios olhos do que sete homens que respondem bem” (26:16). 

Provérbios também nos diz que há um fim certo para o preguiçoso: O preguiçoso se torna um servo (ou devedor): “A mão dos diligentes dominará, mas os negligentes serão tributários” (12:24); seu futuro será descoberto: “O preguiçoso não lavrará por causa do inverno, pelo que mendigará na sega, mas nada receberá” (20:4); ele nada alcança: “A alma do preguiçoso deseja, e coisa nenhuma alcança, mas a alma dos diligentes se farta”(13:4). 

Não deve haver espaço para preguiça na vida de um Cristão. Um Cristão pode se tornar ocioso se acreditar que Deus não espera fruto de uma vida transformada. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2:10). Os Cristãos mostram sua fé através de suas obras. “Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tiago 2:18,26). A preguiça viola o propósito de Deus- as boas obras. O Senhor, no entanto, capacita os Cristãos a combater a tendência da carne de ser preguiçoso ao nos dar uma nova natureza (2 Coríntios 5:17).

Na nossa nova natureza, somos motivados a ter diligência e produtividade por amor ao nosso Salvador que nos redimiu. Nossa velha tendência à indolecência – e a todos os outros pecados – foi substituída por um desejo de viver vidas que agradam a Deus: “Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Efésios 4:28). Deus nos deu a responsabilidade de providenciar para a nossa família através do nosso trabalho: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel” (1 Timóteo 5:8); e para os da família de Deus: “Sim, vós mesmos sabeis que para o que me era necessário a mim, e aos que estão comigo, estas mãos me serviram. Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (Atos 20:34-35). 

Como Cristãos, sabemos que nossos esforços serão recompensados pelo Senhor se formos perseverantes e diligentes: “E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gálatas 6:9-10); “E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens, Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis” (Colossenses 3:23-24); “Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis” (Hebreus 6:10). 

Os Cristãos devem trabalhar com a força do Senhor para evangelizar e discipular. O Apóstolo Paulo é o nosso exemplo: “A quem anunciamos, admoestando a todo o homem, e ensinando a todo o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Cristo; E para isto também trabalho, combatendo segundo a sua eficácia, que opera em mim poderosamente” (Colossenses 1:28-29). Até mesmo no Céu, continuaremos a trabalhar e a servir a Deus, mesmo quando não estivermos mais afetados pela maldição (Apocalipse 22:3). Livres de todas as doenças, tristeza e pecado – até mesmo preguiça- os santos vão glorificar ao Senhor para sempre. “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Coríntios 15:58).

Na tradição cristã, a preguiça é o pecado de não fazer nada de útil com o dom de Deus que é a vida. Já, o trabalho é o castigo de Deus por causa do pecado original que é a desobediência cometidas por Adão e Eva no Paraíso.

Junto com a preguiça vem, constantemente, o egoísmo e a má vontade.

São dois poderosos agravantes do problema.

O egoísmo é reforçado porque é a forma da pessoa "não enxergar" o que poderia estar fazendo. Por exemplo: o carro está cheio de compras do supermercado. O preguiçoso "não percebe" que pode ajudar a tirar as compras. É uma forma de não fazer nada.

Ou seja, ele fica limitado em "seu próprio mundo". Limitado, ele não percebe as necessidades alheias - egoísmo.

Má vontade: se alguém o chama para ajudar a tirar as compras do carro o resultado é a má vontade. Não há disposição, satisfação e nem bem estar em ajudar.

Se você é um preguiçoso preste atenção nesta frase: "como posso ser útil?" Ela te ajudará a retomar o dinamismo e a boa vontade.

"Como posso ser útil" te ajudará a sair do egoísmo e aumentar a área de atuação da sua consciência.

É uma técnica que ajudará não só os preguiçosos, mas todas as crianças e adolescentes. Elas tem que ser criadas aprendendo a serem úteis para serem pessoas dinâmicas e com boa vontade.

Cumpra com suas responsabilidades e deixe de criar desculpas e ilusões que servem para mascarar sua preguiça, falta de disciplina e dedicação.

A bondade precisa da coragem para existir.